Open Finance 2.0 + IA: o playbook que CloudWalk usou — e como sua PME aplica para ganhar crédito e pagar menos
Open Finance 2.0 saiu do discurso e entrou no caixa das PMEs. Com IA e consentimento de dados, players como a CloudWalk (InfinitePay) lideram o compartilhamento de informações de contas PJ e destravam...
Open Finance 2.0 saiu do discurso e entrou no caixa das PMEs. Com IA e consentimento de dados, players como a CloudWalk (InfinitePay) lideram o compartilhamento de informações de contas PJ e destravam crédito com taxas menores e onboarding mais rápido. Este guia mostra como replicar o playbook para reduzir custo de pagamento e ampliar limite em 90 dias.

Antes de seguir, duas siglas do dia a dia:
- CET (Custo Efetivo Total): tudo o que você realmente paga no crédito (juros + tarifas).
- MDR (taxa de desconto): a porcentagem cobrada nas vendas por cartão/links.
O que é Open Finance 2.0 e por que importa para PMEs
A versão “2.0” não é só rótulo. No Brasil, o Open Finance foi lançado pelo Banco Central em 2020 e avançou em fases entre 2021 e 2022. O salto veio com APIs padronizadas e escopo que ultrapassa bancos, incluindo investimentos, seguros e câmbio. A lógica é simples e poderosa: o dado é do cliente — e ele autoriza quem pode usá-lo, sob as regras da LGPD.
O resultado? Uma infraestrutura nacional onde dados consentidos fluem com segurança e velocidade. Em junho de 2025, havia 91 milhões de autorizações ativas. É massa crítica suficiente para que ofertas “ativas” (crédito, pagamentos, seguros) sejam precificadas com base no seu histórico real, e não em médias genéricas.
O calcanhar de Aquiles hoje está no público PJ. Enquanto mais de 40 milhões de CPFs únicos já aderiram, apenas cerca de 300 mil CNPJs entraram no jogo. Essa lacuna é oportunidade para quem se move primeiro: menos concorrência pelo seu dado, mais poder de negociar preço e prazo. Para a PME, Open Finance conversa com o PIX: liquidação D+0/D+1, conciliação granular e uma base de dados rica para modelos de risco.
IA + Open Finance na prática: destravar crédito e reduzir custo de pagamento
Dado bruto não paga boleto. É a IA que transforma consentimentos em scoring dinâmico, limites alinhados ao ciclo do seu negócio e preços por risco. Traduzindo: CET mais baixo no capital de giro e MDR menor em maquininhas e links quando o fluxo é estável e a inadimplência cai.
Estudos do setor mostram um efeito combinado: Open Finance aumenta a transparência do histórico; a IA lê padrões e personaliza a oferta. No varejo, essa dupla sustenta serviços financeiros embutidos (cartões, crédito, seguros) e a monetização de dados via PFM (gestão financeira pessoal/empresarial), com recomendações e ofertas contextualizadas. Para pessoas físicas, um recorte citado aponta oportunidades de R$ 17,5 bilhões somando crédito pessoal não consignado, consignado e imobiliário — um termômetro do quanto a personalização destrava demanda e margem. Para PMEs, a implicação é direta: transparência + modelagem reduz assimetria de informação e tende a baratear o crédito corporativo.
Contexto local importa. A LGPD pede gestão de consentimentos clara e rastreável. As APIs do Bacen elevam a qualidade do dado e reduzem “ruído” operacional. E o PIX cumpre um papel silencioso e valioso: custo de aceitação tipicamente inferior ao cartão, liquidação acelerada e conciliação estruturada alimentam modelos que enxergam a saúde de caixa real. É como trocar o “achismo” por extrato vivo.
Caso CloudWalk/InfinitePay: lições acionáveis do líder em consentimentos PJ
Em agosto de 2025, a CloudWalk — por meio da InfinitePay — assumiu a liderança no ranking de Open Finance para PJs. De acordo com a consultoria Bip, a empresa detém 19,5% de todos os consentimentos de compartilhamento de dados de contas empresariais, um avanço de 97% desde maio. É relevante em um ecossistema onde a participação é obrigatória para grandes instituições e os dados trafegam por padrões nacionais de API.
A base ajuda: mais de 5 milhões de micro e pequenos empreendedores usam a plataforma. Mas a alavanca é estratégica. “Open Finance representa uma mudança estrutural no mercado financeiro brasileiro. Ele devolve ao cliente o controle do próprio dado, permitindo que ofereçamos soluções mais alinhadas à realidade de cada negócio — com mais velocidade e melhores condições — ao mesmo tempo em que nivelamos o jogo em relação às instituições tradicionais”, diz Fabrício Costa, diretor de Serviços Financeiros da CloudWalk.
Outra lição vem do desenho de adoção. “Ao conversar com nossos clientes, aprendemos que dois fatores eram essenciais para ganhar o consentimento de dados: oferecer benefícios claros e provar que podemos manter as informações seguras e privadas. Construímos nossa estratégia a partir desses princípios — e os resultados aparecem nos números e na relevância da InfinitePay no Open Finance do país.” O recado é direto para PMEs: escolha parceiros que deixem o ganho explícito (taxa menor, limite maior, liberação mais rápida) e tratem privacidade como contrato, não como rodapé.
[Exemplo hipotético inspirado em padrões de mercado] Uma cafeteria independente no Centro-Oeste autoriza o compartilhamento dos dados da conta PJ via InfinitePay. O histórico revela sazonalidade nos fins de semana e maior fluxo no fim do mês, com boa regularidade de entradas via PIX. Em 24–48 horas, a empresa recebe uma proposta de capital de giro com CET inferior ao praticado antes e renegocia a taxa de aceitação em alguns pontos-base. O efeito combinado — crédito mais barato + pagamento mais barato — libera folga de caixa que vira investimento em estoque e delivery. Não é mágica; é dado bom com IA aplicada.
“Open Finance devolve o controle do dado ao cliente e nivela o jogo” — Fabrício Costa, CloudWalk
Panorama em 5 pontos
- Open Finance no Brasil saiu do papel entre 2020 e 2022 e hoje opera com 91 milhões de autorizações ativas (jun/2025), cobrindo bancos, investimentos, seguros e câmbio.
- Adoção PJ engatinha: >40 milhões de CPFs já aderiram, mas só ~300 mil CNPJs. Para PMEs, isso abre janela de arbitragem de preço e prazo.
- PMEs são o coração da economia: 99% das empresas e 52% dos empregos — justamente quem mais sofre com crédito caro e burocracia.
- IA + Open Finance elevam transparência e personalização; no varejo PF, a tração já aparece em oportunidades de R$ 17,5 bilhões — um indicativo de que a lógica funciona e tende a migrar com força para PJ.
- A CloudWalk/InfinitePay lidera consentimentos de contas empresariais (19,5%, +97% desde maio/2025), com IA no core para ampliar crédito e reduzir taxas de transação.
Fluxo prático (passo a passo)
Semana 1–2 — Diagnóstico e metas
- Mapeie seu baseline: CET médio do capital de giro, MDR por bandeira e canal, prazo de liquidação (cartão vs PIX), aprovação de crédito, inadimplência, churn e tempo de onboarding financeiro.
- Defina objetivos claros e datados. Ex.: reduzir CET e MDR em bps, encurtar liberação de crédito em horas e elevar aprovação em pontos percentuais em 90 dias.
Semana 3–6 — Escolha do parceiro e implementação
- Selecione um PSP/fintech com Open Finance operacional (ex.: plataformas no ecossistema da InfinitePay). Critérios: experiência de consentimento, benefícios claros, segurança (LGPD), qualidade da conciliação e acordo de nível de serviço (SLA) das APIs.
- Ative consentimentos: explique o porquê ao seu time e, se houver rede de sellers, aos parceiros. Transparência eleva opt-in.
- Integre PIX à conciliação (D+0/D+1) e conecte seu PFM/ERP para visão unificada de caixa.
Semana 7–12 — Piloto e otimização
- Rode um piloto com 10–20% do volume. Faça A/B de ofertas de crédito e antecipação (limite, prazo, preço).
- Aplique pricing por risco com “feedback loop”: ajuste conforme inadimplência, fluxo via PIX, sazonalidade e churn.
- Documente aprendizados e prepare rollout.
KPIs para monitorar (com metas e datas)
- Aprovação de crédito: tendência semanal e mensal.
- CET e MDR: variação em bps por produto/canal.
- Prazo de liberação: horas entre aprovação e liquidação.
- Inadimplência: pontos percentuais por coorte.
- Churn: variação por segmento de cliente.
- Eficiência operacional: tempo de onboarding e reconciliação.
Governança e compliance
- Política de consentimento clara (quem, o que, por quanto tempo, como revogar).
- Trilhas de auditoria e DPIA sob LGPD.
- Cláusulas contratuais com PSP/fintech: segurança, SLA de APIs, portabilidade e saída.
Quem já faz
O case mais visível no público PJ é a CloudWalk/InfinitePay, que combina base ampla de micros e pequenos com estratégia de consentimento baseada em benefício claro e privacidade. A liderança em consentimentos (19,5% do total) reforça um caminho: mostrar o ganho tangível (taxa menor, crédito mais justo, onboarding mais rápido) e manter o cliente no controle.
No varejo, a tendência de “serviços financeiros embutidos” acelera com IA + Open Finance. A combinação permite personalizar ofertas, reduzir custos e usar PFM para engajar o cliente. Embora o recorte citado traga números para PF (R$ 17,5 bilhões somando três linhas de crédito), a lógica se aplica à PME quando a empresa pensa no seu próprio cliente: dados melhores geram ofertas mais aderentes e custos menores.
[Exemplo hipotético] Fora do varejo, uma clínica odontológica que recebe via PIX e cartão autoriza o compartilhamento de dados de conta PJ. Ao identificar sazonalidade por especialidade e tíquete médio por canal, o parceiro financeiro ajusta limite e precificação. Resultado: CET mais baixo nos meses de menor movimento e fôlego para manter agenda e equipe. “Se o fluxo varia, o preço também deveria variar. Com dado na mesa, variou a nosso favor”, conta a proprietária em tom bem pragmático.
“Sem dado atualizado, IA vira palpite caro.” A frase, repetida em times de risco e crescimento, resume a disciplina necessária: renovar consentimentos, manter integrações estáveis e fechar o ciclo entre oferta, uso e performance.
Erros caros para evitar
- Tratar consentimento como burocracia. Se o benefício não está claro, o opt-in cai. Troque o “aceite aqui” por “aqui está o que você ganha, quando e quanto”.
- Vender taxa sem olhar risco. Preço sem dado vira subsídio cruzado — e come margem.
- Deixar a conciliação para depois. Sem PIX bem integrado (D+0/D+1) e ERP alinhado, o modelo de risco perde precisão e o financeiro perde o dia.
- Ignorar LGPD. Consentimentos sem trilha de auditoria ou sem política de retenção viram passivo jurídico.
- Lock-in tecnológico. Contratos sem portabilidade de dado e sem SLA de API limitam sua capacidade de renegociar preço e escalar.
E daqui pra frente?
O mapa não para no crédito e no pagamento. O próximo degrau é embedded finance: cartão/private label, seguros de giro, crédito recorrente plugado ao seu ERP. Monetização de dados precisa ser ética e transparente — e, idealmente, revertida em preço melhor para o cliente que compartilha o dado.
No front regulatório, o Bacen segue ampliando escopo e estabilizando APIs, o que tende a melhorar ainda mais a qualidade do dado e a previsibilidade de integrações. Do lado operacional, o PIX continua a ser alavanca: cobrança com reconciliação automática e recorrência alimentam modelos de IA menos sujeitos a surpresas.
Em termos práticos, seu plano de 90 dias é o começo. O trimestre seguinte deveria focar em expandir consentimentos, sofisticar modelos (comportamentais e sazonais) e abrir novos produtos com a mesma disciplina de teste e governança. Porque, curiosamente, o que parece tecnologia de ponta tem uma regra bem antiga: quem conhece melhor o cliente, ganha no preço — e na velocidade.
Fontes
Open Finance e IA podem melhorar o acesso ao crédito para as PMEs - Blog da Limoney
CloudWalk Leads Brazil's Open Finance Revolution, Driving AI ...
Crédito Inteligente: Open Finance e IA Revolucionam o Varejo
Open Finance e IA podem melhorar o acesso ao crédito para as PMEs - Blog da Limoney
CloudWalk Leads Brazil's Open Finance Revolution, Driving AI ...
Crédito Inteligente: Open Finance e IA Revolucionam o Varejo