Como extrair ROI real do South Summit Brazil 2026 e de grandes eventos de inovação
A cada ano, milhares de executivos desembarcam no Cais Mauá em busca de “conexões”, mas muitos voltam do South Summit Brazil com crachá cheio de cartões e planilha vazia de resultados. Em 2026, com o ...
A cada ano, milhares de executivos desembarcam no Cais Mauá em busca de “conexões”, mas muitos voltam do South Summit Brazil com crachá cheio de cartões e planilha vazia de resultados. Em 2026, com o evento chegando à quinta edição e mais profissionalizado — infraestrutura ampliada, áreas de reunião dobradas, competição global de startups — não dá mais para tratar a viagem a Porto Alegre como passeio de inovação.

A pergunta que deveria guiar a ida ao South Summit e a outras grandes conferências é brutalmente simples: **o que esses três dias vão gerar que eu não conseguiria de outro jeito?** Este checklist mostra, ponto a ponto, como transformar o evento em ROI mensurável em leads qualificados, provas de conceito, parcerias e mídia espontânea.
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Checklist 1 — Decidir se o South Summit 2026 faz sentido para a sua estratégia
O primeiro erro não acontece em Porto Alegre. Acontece na sala de reunião, meses antes: “vamos porque todo mundo vai”.
O South Summit Brazil, que volta ao Cais Mauá entre 25 e 27 de março de 2026, deixou de ser “evento legal de visitar” e passou a figurar entre os principais hubs de inovação do país, com impacto econômico e social comprovado em estudo feito com a Alvarez & Marsal, segundo divulgação oficial do governo gaúcho. Porto Alegre e o Rio Grande do Sul vêm sendo usados pelo governo estadual como vitrine de um ecossistema que mistura startups, universidades e grandes empresas — e o South Summit virou a “cereja do bolo”.
Esse papel é bem diferente de encontros nichados como o Zoox Data Revolution (focado em casa inteligente, dados e IoT), ou de programas de conexão com talentos e startups, como TEIA Connect e CreaLab. Antes de comprar o ingresso, vale encarar a pergunta incômoda: **“esse formato é realmente o melhor veículo para o que eu quero?”**
Defina qual “tipo de ROI” você quer perseguir
ROI de evento não é só contrato assinado na semana seguinte. Especialmente em inovação, o retorno costuma vir em quatro linhas:
- Receita incremental e margem.
- Pipeline de negócios (oportunidades criadas).
- Talentos (contratações, embaixadores de marca).
- Reputação (marca, mídia, reconhecimento no ecossistema).
Como organizar essa conta sem virar planilha de física quântica
Em eventos com venda direta no stand, a fórmula clássica segue valendo:
- **ROI básico de evento com venda direta**
`ROI = (Receita gerada – Custos totais) / Custos totais x 100%`
No caso de eventos como o South Summit, em que a maioria das negociações não se fecha na hora, vale emprestar a lógica usada em guias internacionais de ROI de eventos, como os publicados pela Cvent, e **atribuir valor aos leads e às parcerias**:
- **Eventos sem venda na hora (caso típico de South Summit)**
Use o valor médio de lead ou parceria de outros canais. Exemplo: se um lead qualificado de mídia paga custa R$ 500 e o evento gerou 200 leads do mesmo nível, você tem um “equivalente de mídia/paid” de R$ 100 mil, que entra na conta de retorno.
Isso força escolhas. Para 2026, escolha **no máximo dois focos principais**:
Foco possível 1 — Geração de oportunidades comerciais
Leads qualificados, reuniões com decisores claros, negócios incrementais com clientes atuais. Aqui, o time de vendas precisa sair do evento com pipeline marcado no CRM, não só com boas lembranças do happy hour.
Foco possível 2 — Dealflow com startups
Provas de conceito (PoCs), investimentos via corporate venture, parcerias tecnológicas. Em vez de “conhecer o ecossistema”, trata-se de voltar com uma lista de startups por tese e um número alvo de PoCs a serem abertas.
Foco possível 3 — Marca e mídia
Exposição em palcos, “share of voice” no noticiário de inovação, presença em painéis estratégicos (RS Innovation Stage, POA Stage, etc.). É o tipo de objetivo que só faz sentido com assessoria de imprensa e conteúdo preparados com antecedência.
Foco possível 4 — Talentos
Contratações, banco de talentos, visibilidade em frentes como South Generation, CreaLab, TEIA Connect e hubs locais. Aqui, RH e marketing precisam atuar juntos, em vez de apenas “aproveitar a ida do time”.
Um gerente de inovação de uma indústria química do Vale dos Sinos resumiu bem após a edição de 2025:
“Quando paramos de ir ao South Summit ‘para ver o que acontece’ e escolhemos só dois objetivos — dealflow e marca — o evento começou a se pagar no Excel.”
Verifique se o formato do South Summit é o melhor veículo
Nem todo objetivo combina com um megaevento generalista. E está tudo bem.
#### Grandes feiras como South Summit (Porto Alegre, 25–27/03/2026)
De acordo com dados da organização divulgados em 2025, a quarta edição reuniu mais de 25 mil participantes, mais de mil investidores, 150 fundos, 700 palestrantes e 250 painéis no Cais Mauá. Para 2026, a promessa é de infraestrutura reforçada, duplicação das áreas de reuniões e novos espaços de relacionamento com parceiros.
Melhor uso desse tipo de evento:
- Escalar networking em poucos dias.
- Comparar seu posicionamento com outros ecossistemas globais.
- Ganhar tração de marca em inovação.
- Conectar-se a múltiplos setores (finanças, agro, saúde, educação, varejo, governo, indústria) no mesmo lugar.
#### Eventos nichados como Zoox Data Revolution
O Zoox Data Revolution, em São Paulo, tem foco em casa inteligente, dados e IoT. O público é mais homogêneo: operadoras como Vivo e Claro, ISPs regionais, fabricantes de devices, players de cloud e analytics.
Funciona melhor para:
- Conversas profundas sobre um tema específico (por exemplo, smart home para ISPs do interior).
- Geração de PoCs bem recortadas (uma câmera, um roteador, um pacote de serviços).
- Teste de narrativas técnicas com um público que “fala a mesma língua”.
#### Iniciativas focadas em talentos e ecossistema (CreaLab, TEIA Connect, programas locais)
Programas como CreaLab (voltado a engenharia e tecnologia, em parceria com conselhos regionais) e TEIA Connect (rede de hubs de inovação municipais e estaduais) criam campo de treino para talentos e startups que nascem longe dos grandes centros. Já iniciativas como South Generation, ligadas ao South Summit, aproximam estudantes do ensino fundamental e médio do mundo do trabalho e da tecnologia.
São mais eficazes quando o objetivo é:
- Formação de talentos e hunting antecipado.
- Employer branding junto a estudantes e jovens profissionais.
- Mapeamento de startups em fase inicial, ainda fora do radar dos grandes fundos.
Como combinar formatos, na prática
- Se o foco é **testar tese de investimento em startups** → South Summit, CreaLab e TEIA Connect funcionam de forma complementar: Porto Alegre para ver o topo da onda, iniciativas locais para construir pipeline de base.
- Se o foco é **product-market fit de uma solução de casa inteligente** → priorize Zoox e eventos de telecom, mantendo presença enxuta (talvez sem estande) no South Summit para conversar com parceiros institucionais e mídia.
- Se o foco é **atrair talentos de tecnologia e inovação** → combine South Summit (South Generation, palcos de educação, presença de universidades) com ações em hubs como Instituto Caldeira, CreaLab e TEIA ao longo do ano.
Faça o “stress test” financeiro antes de assinar o contrato
Muita empresa ainda monta estande porque “sobrou budget”. Em feira desse porte, isso costuma terminar em planilha vermelha.
Dois blocos de conta deveriam entrar no radar, inspirados na forma como consultorias costumam tratar investimentos em feiras:
#### Bloco 1 — Investimentos pré-evento
Espaço/estande, projeto arquitetônico, ativação de marca, material promocional, brindes, vídeos, preparação de demonstrações. Aqui também entra o custo de oportunidade do capital: se você investe R$ 150 mil, qual seria o retorno disso em outro canal?
#### Bloco 2 — Despesas durante o evento
Passagens, hospedagem, diárias da equipe, logística, alimentação, transporte, horas extras. E o custo de tirar o time de operações por três dias.
Stress test rápido: a conta fecha?
- Estime quantos **leads realmente qualificados** precisa gerar para empatar o investimento. Use ticket médio e taxa de conversão histórica. Se o ticket médio é de R$ 100 mil e 20% dos leads viram proposta, quantos contatos com perfil de comprador você precisa?
- Se o objetivo for **PoC**, quantas provas de conceito assinadas justificam o gasto? Uma PoC de R$ 50 mil com potencial de virar contrato anual já pode fechar a conta.
- Se o foco for **talentos**, quantas contratações ou cadastros no banco de talentos “valem” os R$ 200 mil de investimento? Isso evita discussões abstratas depois.
Quando NÃO faz sentido ir — e a micro-história de quem aprendeu do jeito difícil
Em 2025, uma rede de clínicas médicas do Nordeste decidiu estrear no South Summit com força. R$ 200 mil de orçamento: estande médio, 10 pessoas, agência de branding contratada em cima da hora. Nenhuma meta formal além de “gerar visibilidade” e “ver startups de saúde”.
Resultado: crachá com mais de 300 contatos, muitos deles curiosos de passagem, algumas conversas vagas com healthtechs e uma participação tímida em um painel paralelo. Seis meses depois, nenhum contrato assinado, nenhuma PoC estruturada, nenhuma métrica de talento.
Na revisão de budget de 2026, o CFO foi direto: “não sei justificar esse gasto”. A empresa acabou fora da quinta edição. Ironia: boa parte do problema poderia ter sido evitada com um simples stress test financeiro e dois objetivos claros.
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Checklist 2 — Preparar a equipe para três dias cirúrgicos no Cais Mauá
Eventos como o South Summit estão se profissionalizando rapidamente. Para 2026, a organização fala em mais conforto, melhor infraestrutura térmica, novos espaços de relacionamento e o dobro de áreas de reunião. O gargalo, agora, não é mais o palco. É a disciplina da equipe em campo.
A diferença entre “fizemos contatos legais” e “voltamos com cinco PoCs e R$ 3 milhões de pipeline” passa menos pelo tamanho do estande e mais pela agenda fechada antes do avião decolar.
Transforme “ir ao evento” em projeto com dono, metas e cronograma
Tratar o South Summit como “viagem de equipe” é pedir para jogar dinheiro pela janela. Ele precisa virar projeto, com dono e data de entrega.
Três movimentos mudam o jogo:
#### 1. Nomear um líder de projeto
Alguém de nível coordenação/gerência, com poder de decisão operacional, tempo de agenda e autoridade para dizer “não” para pedidos de última hora.
#### 2. Definir metas numéricas até D-15
- Número mínimo de reuniões agendadas com perfis-alvo (por exemplo, 30 encontros divididos entre vendas, inovação e C-level).
- Número de startups mapeadas por tese (corporate venture, inovação aberta, compras).
- Lista de jornalistas/veículos prioritários para abordagem de PR, alinhada com a assessoria de imprensa.
#### 3. Organizar um mini “plano de sprints”
- **D-60**: bater o martelo em quais eventos entrar (South Summit, Zoox, TEIA, CreaLab, outros setoriais).
- **D-30**: chegar a uma agenda mínima de X reuniões confirmadas via app do evento, LinkedIn e rede própria.
- **D-7**: ter material pronto — pitch em vídeo, one-pagers, página de captura específica para o evento, formulário de “próximo passo”.
Um diretor de corporate venture de uma varejista do Centro-Oeste contou assim:
“A gente parou de medir o South Summit pelo tamanho do estande e começou a medir pela pauta de reuniões marcada até 15 dias antes. O resto virou bônus.”
Treine o time para falar com startups, investidores e mídia em 60 segundos
O corredor do South Summit é rápido. Mesmo com áreas de reunião duplicadas, muita coisa vai acontecer em fila de café, deslocamento entre palcos, lounges lotados. A pior resposta possível a “o que vocês fazem?” continua sendo uma apresentação de cinco minutos.
O que precisa estar pronto — e ensaiado:
#### Elevator pitch da empresa (30–45 segundos)
Focado no que interessa para o público de inovação: problema que resolve, quem atende, diferenciais e o que está buscando no evento (clientes, PoCs, investimentos, talentos).
#### Pitch específico para startups
Tese de inovação aberta, cheques típicos para PoC, tempo médio de contrato, exigências de LGPD, segurança da informação e compliance. O recado precisa deixar claro se a corporação está preparada para pilotar ou se ainda está “no modo palestra”.
#### Pitch para investidores (se você for startup)
Tamanho de mercado, estágio de tração (clientes, MRR), modelo de monetização, rodada atual, uso de recursos. Sem promessa mística de “mudar o mundo” sem número.
#### Mensagem para mídia
Um ângulo claro de notícia: estudo inédito, dado relevante, case com impacto social, anúncio de investimento, entrada em novo mercado.
Vale até um exercício interno simples: simulação de conversa de corredor, com cronômetro, usando colegas de outras áreas como “investidor”, “startup” e “repórter”.
Use os recursos do próprio South Summit (e não só o bar do happy hour)
O South Summit foi desenhado para ser mais do que vitrine. Quem só circula entre palco principal e bar perde metade do potencial.
#### Competição de startups: quando vale se inscrever
A competição de startups, com inscrições gratuitas até 22 de dezembro, é uma das vitrines mais disputadas. As empresas passam por uma curadoria global, e apenas 50 viram finalistas para pitch nos palcos principais. As melhores recebem prêmios em categorias como Destaque, Mais Sustentável, Mais Escalável, Mais Disruptiva e Melhor Equipe, segundo informações oficiais do governo do RS.
Nos últimos anos, o palco ajudou a projetar nomes como a gaúcha Ostera (premiada em 2024, com financiamento do governo do Estado) e a Jusfy, de Santa Maria, que em 2025 levou o troféu de Digital & Tech Solutions e de startup Mais Escalável, de acordo com a cobertura oficial do evento.
Faz sentido entrar nessa briga quando:
- Você já tem produto/serviço claro e algum nível de tração.
- Tem agenda preparada para converter visibilidade em reuniões com fundos e corporações.
- Consegue mobilizar o time para cuidar de follow-up pós-palco.
Traduzir isso em ROI significa acompanhar leads de investidores, contratos pós-evento e menções em mídia nacional e internacional.
#### Áreas de reunião dobradas: menos turismo de palco, mais conversa séria
Para 2026, a organização anunciou a duplicação das áreas destinadas a reuniões e novos espaços de relacionamento para parceiros. Isso muda o jogo do planejamento:
- Use o app/plataforma oficial para agendar encontros com antecedência.
- Bloqueie horários fixos para reuniões estratégicas, evitando a tentação de “pular de painel em painel” o dia todo.
- Combine pontos de encontro claros com o time, reduzindo tempo perdido em deslocamentos.
#### Palcos temáticos e estágios locais: palco também é funil
Em 2025, o RS Innovation Stage, coordenado pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia, recebeu propostas de temas até fevereiro. A prefeitura de Porto Alegre montou o POA Stage ao lado de um dos palcos principais, com programação sobre gestão pública orientada por dados, economia criativa e impacto social. Em paralelo, o South Generation ocupou o Araújo Vianna com milhares de estudantes discutindo futuro do trabalho.
Subir em qualquer um desses palcos não é “ego trip”. É funil.
- Verifique com antecedência editais para submissão de talks em 2026.
- Planeje o que você quer que aconteça depois do painel: landing page específica, QR Code com material, convite para reunião.
Micro-história: a climate tech gaúcha que saiu do palco com contratos
Em 2025, a TerraMares, climate tech de Rio Grande (RS) focada em soluções para aquicultura e monitoramento ambiental, chegou à final da Startup Competition na trilha Industry 5.0. Subiu ao palco ao lado de players de defesa cibernética e indústria 4.0.
Três meses depois, a equipe somava:
- Dois pilotos pagos com grandes frigoríficos do Sul.
- Um acordo de codesenvolvimento com uma indústria de sensores.
- Convites para eventos internacionais.
Não foi “magia do palco”. A empresa chegou com lista de fundos, corporates-alvo e uma rotina de follow-up preparada antes de embarcar.
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Checklist 3 — Medir ROI em quatro frentes: negócios, inovação, marca e talentos
Blog posts internacionais sobre ROI de eventos falam de fórmulas complexas, dashboards cheios de siglas e modelos incrementais. Na vida real, o que importa para quem vai ao South Summit, ao Zoox Data Revolution ou a encontros como TEIA Connect é conseguir responder, com dados, a duas perguntas simples:
- O evento gerou negócios, conexões e ativos que eu não teria de outro jeito?
- O custo por resultado ficou melhor, igual ou pior do que outros canais?
Dividir essa análise em quatro frentes deixa o processo mais honesto.
Frente 1 — Negócios: leads, pipeline e receita incremental
Algumas métricas são difíceis de fugir, sob risco de ficar no “achismo”.
#### Leads qualificados gerados
Com critério explícito: perfil de cliente, momento de compra, interesse real. Cartão de visita sem contexto não entra na conta.
#### Pipeline atribuível ao evento até D+30
Oportunidades criadas no CRM, marcadas com tags como “South Summit 2026” ou “Zoox 2026”. Valor total em R$ e previsão de fechamento.
#### Receita incremental em até D+180
Contratos fechados, upsell em clientes atuais, renovações melhoradas a partir de conversas iniciadas nos três dias de Cais Mauá.
Na hora de atribuir valor a eventos sem venda imediata, ajuda comparar canais:
- Use o CAC médio de outros canais (Google Ads, mídia paga, outbound).
- Se o custo por oportunidade gerada no evento ficar igual ou menor, você tem um argumento forte de ROI — mesmo antes do dinheiro cair na conta.
Frente 2 — Inovação: provas de conceito e parcerias com startups
O South Summit nasceu para conectar startups, fundos e empresas. Programas como CreaLab e TEIA Connect alimentam esse funil ao longo do ano, trazendo talentos e empreendedores de regiões menos óbvias.
Métricas úteis:
#### Startups mapeadas por tese
Listas por tema — casa inteligente, IA generativa, climate tech, logística urbana, saúde digital, educação profissional, agro.
#### PoCs iniciadas pós-evento
PoCs com escopo definido, dono interno e prazo realista. Assinatura de NDA sem projeto claro não entra na conta.
#### Taxa de conversão de PoC em contrato recorrente
Medida em até 12 meses. Se você assina dez PoCs e apenas uma vira contrato, talvez o problema não seja o evento, e sim seu processo interno.
#### Parcerias estratégicas firmadas
Codesenvolvimento, canais de venda, pilotos compartilhados com outras corporações.
Vale a pena tratar inovação em um funil separado, em vez de tentar encaixar tudo no pipeline comercial clássico:
- Contato → Diagnóstico → PoC → Roll-out.
Um gerente de CX de uma operadora de telecom colocou assim, meio irritado:
“Quando misturamos lead comercial com startup de PoC no mesmo funil, ou o vendedor fica frustrado, ou a startup se sente pressionada para virar venda em três meses. Funis separados, paz restabelecida.”
Frente 3 — Marca, mídia e reputação no ecossistema
O estudo de impacto do South Summit com a Alvarez & Marsal, divulgado pelo governo do RS, mostrou que o evento mexe em indicadores econômicos e sociais, não só em hashtags. Para quem investe em marca, faz sentido medir o que sai disso.
Alguns indicadores práticos:
#### Mídia espontânea
Quantidade de menções em imprensa nacional, local e setorial. Alcance estimado. Se a sua equipe de comunicação trabalhar com equivalência de mídia paga, melhor ainda — isso ajuda na comparação com campanhas.
#### Conteúdo de palco
Quantidade de painéis, keynotes e workshops com executivos da empresa. Tamanho médio de audiência. Convites para eventos posteriores (outro bom sinal de reputação).
#### Presença digital
Crescimento de seguidores na semana do evento, engajamento em posts relacionados ao South Summit/Zoox/TEIA, tráfego para landing pages específicas.
Exemplo de quem casou evento com anúncio estratégico
Em 2025, uma edtech paranaense de cursos técnicos lançou seu relatório anual sobre déficit de mão de obra em tecnologia justamente na semana do South Summit. A coordenadora de comunicação combinou:
- Coletiva com jornalistas de educação e negócios em um dos espaços de relacionamento do Cais Mauá.
- Painel no RS Innovation Stage sobre formação de talentos.
- Série de posts com dados do estudo, marcando palestrantes e órgãos públicos.
O relatório sairia de qualquer forma. Usar o South Summit como palco multiplicou a repercussão, gerou citações em veículos nacionais e abriu portas com secretarias de educação de outros estados.
Frente 4 — Talentos: branding empregador e recrutamento
A disputa por talentos de tecnologia e inovação não se resolve só com anúncio no LinkedIn. Eventos como o South Summit, com iniciativas como South Generation, e programas como CreaLab e TEIA Connect criam uma vitrine ao vivo de empresas, gestores e culturas.
Alguns sinais para acompanhar:
- Número de **contatos de candidatos** captados: currículos, conexões de LinkedIn, inscrições em banco de talentos, alunos interessados em programas de trainee.
- **Contratações realizadas** em até D+90 e D+180 com origem traçada no evento.
- Engajamento em conteúdos de carreira publicados antes e durante o evento (vídeos com colaboradores no Cais Mauá, bastidores de painéis, depoimentos).
- Participação em painéis sobre futuro do trabalho, educação, diversidade, inovação pública — temas que comunicam cultura e propósito sem precisar de slide com “valores”.
Um alerta: se o objetivo principal for talento, talvez não faça sentido torrar orçamento em estande gigante. Muitas empresas conseguem resultados melhores com talks bem posicionados, ações em universidades locais e presença consistente em programas como South Generation.
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Checklist 4 — Planejar o pós-evento antes mesmo de chegar a Porto Alegre
O verdadeiro ROI do South Summit não acontece entre o início da Arena Stage e o bar do happy hour. Ele se desenrola entre D+1 e D+180. E aí mora um dos maiores erros: voltar com a mala cheia de cartões, jogar tudo em uma gaveta e, três meses depois, decretar que “evento não dá retorno”.
Organize o funil de follow-up antes do embarque
O follow-up começa antes da primeira palestra. Sem um funil organizado, até os melhores contatos se perdem.
Alguns combinados que evitam dor de cabeça:
#### SLA de resposta
- Leads A (alta prioridade, alto potencial): contato em até 24–48 horas.
- Leads B: até D+5, com mensagem mais leve e convite para próxima interação.
#### Materiais prontos
- Templates de e-mail e WhatsApp de pós-evento, com espaço para personalização e referência concreta (“falamos sobre X no painel Y”).
- Página de “próximos passos”: agendamento de demo, diagnóstico gratuito, convite para webinar, download de estudo.
#### Critério único de qualificação
Defina campos obrigatórios para o time usar durante o evento, seja em CRM, app ou planilha:
- Perfil (cliente, startup, investidor, mídia, talento).
- Interesse principal.
- Nível de prioridade.
Um CRM simples, ou até uma planilha bem estruturada, com a coluna “origem: South Summit / Zoox / TEIA / CreaLab”, já ajuda a separar o joio do trigo depois.
Agende rituais de aprendizado e ajuste de rota
Mensurar ROI não é só para agradar o financeiro. É a base para tomar decisões melhores de calendário e orçamento.
#### Reunião de debrief até D+7
Com gente de vendas, inovação, marketing e RH. O que funcionou (abordagens, horários, tipos de reunião, palcos)? O que não funcionou (local de estande, discurso, equipe subdimensionada)?
#### Painel simples de indicadores para comparar eventos
- Custo por lead.
- Custo por oportunidade.
- Receita estimada/real atribuída a cada evento.
#### Decisões a partir de dados, não de FOMO
- Faz sentido repetir o South Summit em 2027, já garantido pelo governo do RS, ampliando ou mudando o formato de presença?
- Parte do orçamento deveria migrar para encontros nichados como Zoox, TEIA Connect, CreaLab ou até ações proprietárias?
Micro-história: quando sair de um grande evento foi a melhor decisão
Uma empresa de equipamentos agrícolas de Goiás participou por três anos de uma grande feira nacional de tecnologia, com presença robusta. Em 2024, pela primeira vez, estruturou uma conta de ROI: custo por lead, custo por proposta, receita gerada em 12 meses.
A conclusão foi desconfortável: o evento estrelado tinha custo por oportunidade quase o dobro de um encontro regional de agritech no Sul, que recebia menos glamour, mas trazia produtores e cooperativas muito mais alinhados.
Em 2025, a empresa reduziu pela metade a área de estande no evento grande e direcionou o orçamento para dois encontros nichados no Paraná e no Rio Grande do Sul, combinados com o South Summit para conexão com agtechs. No fim de 2025, o ROI global de eventos subiu — e ninguém na diretoria sentiu falta da “mega estrutura” anterior.
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Checklist 5 — Combinar grandes conferências e eventos nichados em um portfólio mais inteligente
No fim das contas, o South Summit não é um fim em si. É âncora de um calendário de inovação que deveria combinar visibilidade ampla, conversas profundas e acesso a talentos. Eventos como Zoox Data Revolution, TEIA Connect e CreaLab entram como peças táticas, menos vistosas, mas muitas vezes mais cirúrgicas.
Monte o “calendário de inovação” da sua empresa para 2026
Enxergar o ano como um portfólio de oportunidades, em vez de uma sequência de viagens, ajuda a alinhar prioridades.
Algumas decisões estruturantes:
#### Eleger 1–2 grandes eventos âncora
- South Summit Brazil 2026, em março, como principal ponto de contato com o ecossistema latino-americano.
- Outro grande encontro setorial no segundo semestre, de acordo com seu mercado (saúde, educação, agro, varejo, finanças, indústria).
#### Selecionar 3–5 eventos nichados
Para aprofundar temas prioritários:
- Zoox Data Revolution para teses de smart home, IoT e dados.
- Encontros TEIA Connect e hubs municipais/estaduais para conexão com startups locais.
- Iniciativas como CreaLab para garimpo de talentos de engenharia e mapeamento de soluções early stage.
#### Mapear momentos de lançamento e anúncios
- Novos produtos digitais.
- Teses de corporate venture capital.
- Relatórios proprietários de mercado (casa inteligente, uso de IA, produtividade, clima, educação técnica).
Alinhar esses marcos com datas de eventos aumenta a chance de transformar anúncio em negócio e mídia espontânea.
Use eventos como laboratório de decisões estratégicas
No fim, eventos de inovação servem menos como “showroom” e mais como laboratório. Quem mede bem usa o South Summit, Zoox, TEIA e CreaLab para testar hipóteses, ajustar rota e planejar o ano seguinte com menos FOMO e mais Excel.
Um checklist final, para colar na parede do time:
- Validar teses de negócio: existe mesmo o interesse que o board imagina? Quantas interações, leads e PoCs surgiram para cada tese?
- Ajustar produto com base em feedbacks diretos de clientes, startups e parceiros durante painéis, reuniões e demonstrações.
- Medir atratividade da marca como empregadora entre jovens talentos presentes em iniciativas como South Generation, CreaLab e TEIA.
- Entrar em 2027 com planejamento de eventos ancorado em dados — não em medo de “ficar de fora da foto”.
Micro-história final: três ciclos de eventos, um jeito novo de investir
Uma cooperativa de crédito do interior de Santa Catarina decidiu, em 2023, “levar a sério essa história de ROI em evento”. Montou um painel simples com métricas de negócios, inovação e talentos para cada conferência relevante, incluindo South Summit, uma feira nacional de cooperativismo e encontros nichados de fintech.
Depois de três ciclos anuais medindo tudo, a cooperativa:
- Cortou participações essencialmente “cosméticas” em dois grandes eventos que davam mais foto do que resultado.
- Fortaleceu presença em hubs de inovação regionais e no South Summit, com foco em parcerias com fintechs e programas de educação financeira.
- Reduziu o custo total de eventos em cerca de 20% e aumentou o volume de negócios e PoCs originados em feiras.
O presidente sintetizou o aprendizado numa frase menos inspiracional e mais pragmática:
“Evento bom não é o que sai na TV. É o que aparece no DRE de um jeito que o conselho entende.”
Em 2026, com o South Summit chegando à quinta edição, contrato garantido para 2027 e Porto Alegre consolidada como polo de inovação no país, o recado é simples: se você ainda trata a ida ao Cais Mauá como passeio de inovação, provavelmente está financiando o ROI dos outros.
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Fontes
South Summit Brazil 2026 é lançado apostando na ...
Competição de Startups do South Summit Brazil 2026 tem ...
South Summit Brazil anuncia edição 2026 no Cais Mauá e ...