Agenda obrigatória das startups em 2026: onde estar, quando ir e como entrar nos grandes palcos do Brasil
Se você quer atrair investidores, destravar parcerias e testar seu pitch diante de quem realmente decide cheques, 2026 é um ano para viver na estrada pelo Brasil. De Porto Alegre ao Rio, passando por ...
Se você quer atrair investidores, destravar parcerias e testar seu pitch diante de quem realmente decide cheques, 2026 é um ano para viver na estrada pelo Brasil. De Porto Alegre ao Rio, passando por Gramado, Curitiba e hubs do Sebrae espalhados pelo país, o calendário de eventos de startups está mais denso, internacional e competitivo. A diferença entre “mais um ano rodando” e um salto de tração pode ser escolher bem em quais palcos você vai aparecer.

Como usar este calendário para acelerar sua startup em 2026
O recorte aqui é simples: eventos presenciais no Brasil que reúnem, ao mesmo tempo, startups, fundos de investimento e grandes empresas ou governos — com alguma estrutura minimamente organizada para negócios, não só “palestrões motivacionais”.
O foco está em encontros que ajudam em:
- captação (seed a série B),
- vendas B2B/B2G,
- validação de tese e produto,
- construção de marca e visibilidade.
Há espaço tanto para quem está em ideação quanto para scale-ups. A diferença é o tipo de presença: em alguns casos faz sentido competir ou expor; em outros, apenas circular com uma agenda cirúrgica de reuniões.
Três perguntas antes de comprar qualquer ingresso
Antes de passar o cartão, responda com brutal honestidade:
1. Em que estágio sua startup estará em cada trimestre de 2026? Ideação, MVP rodando, tração nítida ou preparação de rodada maior?
2. Esse evento é melhor para você expor, competir ou só circular e marcar reuniões? Stand e competição consomem tempo e equipe; muitas vezes o melhor ROI vem de 15 conversas bem marcadas nos corredores.
3. Você quer falar com VC, corporate, governo ou cliente final? Cada evento tem um “público dominante”. Tentar empurrar venda B2C em feira lotada de gestor público é pedir frustração.
Quando o filtro certo muda a história do ano
Em 2023 e 2024, a fundadora de uma healthtech de Recife gastava boa parte do budget anual em qualquer evento que parecesse “de inovação”, de São Paulo a Santa Catarina. Muito cartão entregue, pouca conversa que virava contrato.
Em 2025, ela decidiu concentrar tudo em três encontros: Startup Day em Pernambuco, Gramado Summit e South Summit Brazil em Porto Alegre. Entrou no programa de startups de um deles, agendou previamente cerca de 25 reuniões e saiu do ano com dois contratos-piloto com redes de clínicas e um cheque de investidores-anjos do Sul. O custo de viagem não diminuiu; o retorno, sim, deixou de ser loteria.
“Quando eu parei de ir a evento só porque ‘todo mundo estava indo’ e comecei a ir onde meu cliente e o fundo certo realmente estavam, os cheques começaram a aparecer”, contou depois a um grupo de founders.
Como ler as fichas de cada evento neste artigo
Ao longo do texto, cada evento vem com quatro chaves de leitura:
- **Para quem é**: estágio (ideação, tração, scale-up) e setores mais aderentes.
- **Quando e onde**: datas e cidade.
- **Formato**: feira, palcos, competição, rodadas de negócio, mentoria.
- **Como entrar**: ticket, edital, seleção para competição ou programa de startups.
Quando houver informação pública de preços, vale pensar em três faixas mentais:
- gratuito (caso típico Sebrae e eventos públicos),
- investimento moderado em ingresso (de algumas centenas a poucos milhares de reais),
- alto investimento (stand, pacotes premium, viagens longas).
Não é o valor absoluto que pesa, e sim se o evento conversa com o momento da sua empresa.
Março: Porto Alegre e Curitiba viram a “largada oficial” das startups em 2026
Março concentra uma combinação pouco comum: Porto Alegre e Curitiba recebem, na mesma semana, alguns dos encontros mais estratégicos para fundraising, govtech e climate tech da América Latina. South Summit Brazil, Smart City Expo Curitiba e BioTECH Fair transformam o eixo Sul em algo próximo de um “QG de negócios” para quem trabalha com inovação.
South Summit Brazil 2026 — o palco mais quente para fundraising na América Latina
- **Quando e onde**: 25 a 27 de março de 2026, Cais Mauá, Porto Alegre (RS).
- **Para quem**: startups em tração e scale-up buscando rodadas seed a série B; também recebe early-stage em busca de validação e conexões com fundos e corporates.
- **Formato**: palcos temáticos, feira, rodadas de negócio, conteúdo internacional e a Competição de Startups como peça central.
Criado em Madrid em 2012 e realizado no Brasil desde 2022, o South Summit já movimentou mais de US$ 14 bilhões em investimentos ao longo da história, segundo dados oficiais do evento. A edição de 2025 em Porto Alegre reuniu 62 países, 3.000 startups e 130 fundos de investimento. Em três dias, a densidade de capital e decisão é rara na América Latina.
Competição de Startups: o coração do South Summit
As inscrições para a Competição de Startups do South Summit Brazil 2026 estão abertas, são gratuitas e vão até 22 de dezembro de 2025, pelo site oficial. O desenho da seleção segue uma lógica clara:
- curadoria global escolhe 50 finalistas, com diversidade de setores e estágios;
- essas startups apresentam pitch nos palcos principais, diante de uma banca de pesquisadores, investidores e executivos;
- as premiações são divididas em cinco categorias: Destaque, Mais Sustentável, Mais Escalável, Mais Disruptiva e Melhor Equipe.
A secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, Simone Stülp, ressalta que o palco vem atraindo um volume crescente de soluções — com casos recentes de startups gaúchas premiadas, como a Ostera em 2024 e a Jusfy em 2025, que receberam financiamento do governo estadual.
O country manager do South Summit Brazil, Wagner Lopes, é direto: “Já vimos startups do interior do RS saírem da competição com contratos assinados com grandes empresas. É isso que dá sentido ao que fazemos”. Em 2025, a uruguaia Nanogrow deixou o evento com negociações avançadas com investidores brasileiros, usando o palco como vitrine para internacionalizar a tese.
Como garantir sua presença (com ou sem competição)
Para founders, existem dois caminhos complementares.
#### Via competição
- Inscrever-se até 22/12/2025 para tentar uma das 50 vagas de finalista.
- Se selecionado, acessar agenda paralela de mentorias, reuniões com fundos e pitch reverso — em que investidores apresentam suas teses e a startup avalia se faz sentido avançar.
#### Via ingresso como participante
- Comprar o acesso regular e usar a plataforma oficial para agendar de 10 a 20 reuniões com fundos, corporates e parceiros antes mesmo de chegar a Porto Alegre.
- Priorizar encontros 1:1, cafés e salas de reunião improvisadas, em vez de tentar assistir a todo o conteúdo de palco.
Investidores e corporates contam com credenciamento específico, muitas vezes sob convite ou com validação prévia. Um gestor de corporate venture que participa desde 2022 sintetiza a lógica: “O segredo é ir com um plano de três dias, não com a expectativa de ‘deixar o evento me levar’”.
Smart City Expo Curitiba 2026 — quando govtech e B2G se encontram
- **Quando e onde**: 18/03/2026, Curitiba (PR).
- **Setor foco**: urbanismo inteligente, governança pública, infraestrutura urbana, mobilidade, IA para gestão pública.
- **Para quem**: startups govtech, de mobilidade, energia, saneamento, infraestrutura digital e ESG; founders que precisam falar com prefeituras, secretarias e integradores de soluções para cidades inteligentes.
Apontado como o maior evento de cidades inteligentes da América Latina, o Smart City Expo Curitiba discute temas como mobilidade, transição energética, governança digital e infraestrutura conectada. Na prática, é onde gestores públicos, empresas de infraestrutura e universidades sentam na mesma sala para discutir compras e parcerias.
O que uma startup de govtech realmente ganha ali
Uma govtech que vende para municípios costuma enfrentar ciclos de venda de 12 a 24 meses. Ter um evento que junta dezenas de prefeituras, secretários e técnicos em um único lugar encurta algumas etapas:
- acesso direto a quem toca orçamento e projetos de tecnologia;
- painéis e workshops que antecipam editais, prioridades e diretrizes regulatórias;
- espaços de exposição e pitch que podem render projetos-piloto com cidades.
É ambiente de B2G, não de anúncio de série A. Quem chega sabendo disso sai menos frustrado e com pipeline mais qualificado.
Como participar sem desperdiçar dinheiro público ou seu caixa
O primeiro passo é entender as modalidades de credenciamento — governo, empresa privada, startup — e se haverá pavilhão específico de startups com curadoria.
Para quem está em estágio inicial, faz diferença:
- mapear com antecedência os municípios prioritários e seus fornecedores;
- marcar reuniões rápidas durante o evento, em vez de depender só de conversas de corredor;
- concentrar a presença em um dia muito intenso, reduzindo custos de hotel e deslocamento.
Em govtech, confiança pesa tanto quanto tecnologia. Encontrar o secretário, o time técnico e o integrador no mesmo espaço encurta meses de videochamadas remarcadas.
BioTECH Fair 2026 — vitrine da inovação verde para cleantechs e climate techs
- **Quando e onde**: 18 a 20/03/2026, Porto Alegre (RS).
- **Setor foco**: energia renovável, bioenergia, tecnologias limpas, inovação ambiental.
- **Para quem**: cleantechs, agtechs com foco em sustentabilidade, climate techs e healthtechs ligadas à biotecnologia.
A BioTECH Fair é uma feira desenhada para discutir energias renováveis, tecnologias limpas e soluções sustentáveis. Reúne empresas, startups, pesquisadores e órgãos públicos em torno de um mesmo tema: como tirar a inovação verde do laboratório e colocar em escala.
Por que a BioTECH interessa às startups (mesmo não sendo “evento de startup” puro)
Apesar de não ser uma conferência típica de “palco de pitch o dia todo”, a feira concentra três ativos que startups de clima raramente encontram alinhados:
- empresas e fundos olhando para retorno financeiro com impacto climático mensurável;
- universidades e centros de pesquisa dispostos a testar soluções em ambiente controlado;
- órgãos públicos buscando tecnologias para políticas de transição energética.
Outro ponto prático: a proximidade de datas e de cidade com o South Summit permite montar uma rota única para o Sul em março. Dá para combinar reuniões com fundos em Porto Alegre, uma passada na BioTECH e os três dias intensos de South Summit na mesma viagem.
Porta de entrada: feira, pitch ou conteúdo técnico?
A curadoria costuma prever:
- áreas de exposição,
- trilhas temáticas,
- chamadas para cases de inovação.
Vale acompanhar o site oficial e entender onde sua startup se encaixa melhor. Em eventos de clima, conversar com o público exige números: toneladas de CO₂ evitadas, economia de energia, aumento de produtividade no campo, retorno sobre equipamentos.
Sem métricas mínimas, qualquer conversa vira discurso abstrato de sustentabilidade — e isso o mercado já não compra mais.
Abril a junho: Rio e Gramado como hubs de visibilidade global e construção de marca
Depois da “largada” no Sul, o calendário leva os founders para o Rio e de volta à Serra Gaúcha. É quando o ecossistema brasileiro entra no radar internacional com Web Summit Rio e mergulha em discussões mais profundas sobre negócios e gente na Gramado Summit.
Web Summit Rio 2026 — radar internacional para quem mira além do Brasil
- **Quando e onde**: datas oficiais de 2026 ainda a serem confirmadas; a tendência é manter o evento no primeiro semestre, no Rio de Janeiro (RJ).
- **Para quem**: startups B2B e B2C com tese escalável para Américas e Europa, em especial SaaS, fintech, martech, IA, climate e consumer apps.
- **Formato**: múltiplos palcos, pavilhão de startups, programa específico para early e growth (nos moldes de Alpha/Beta), encontros com fundos globais e mídia internacional.
Desde que chegou ao país, o Web Summit Rio virou espécie de “checkpoint” para founders que querem testar se a narrativa da empresa funciona em inglês e se há apetite fora do eixo Brasil–Cone Sul.
O que realmente faz diferença no Web Summit para uma startup brasileira
Três pontos costumam pesar:
- atenção de VCs globais que raramente olham o Brasil fora desses grandes palcos;
- benchmarks de operação com executivos de big techs e founders de unicórnios internacionais, que levam ao Rio discussões avançadas sobre IA, privacidade, monetização, growth e governança;
- validação de tese de internacionalização: apresentar produto e visão em inglês, ouvir objeções de outros mercados e ajustar o discurso.
“Se você não consegue explicar sua tese em 30 segundos num corredor barulhento do Rio, talvez ela ainda esteja confusa demais para um fundo de Londres”, comentou um investidor europeu em uma das últimas edições.
Como entrar no Web Summit gastando de forma inteligente
Não é evento barato, especialmente para equipe grande. Alguns caminhos ajudam a equilibrar a conta:
- acompanhar a abertura dos programas de startups, que costumam oferecer pacotes com desconto, booth e acesso estruturado a investidores;
- entender a diferença entre passes (geral, executivo, investidor) e o que cada faixa libera em termos de agenda, lounges e reuniões;
- para startups muito early, apostar em passes mais acessíveis e concentrar valor em encontros paralelos (“fringe events”) organizados por fundos, aceleradoras e hubs no entorno oficial.
O erro clássico é gastar pesado em stand sem ainda ter clareza de ICP internacional ou sem ter case sólido para mostrar.
Gramado Summit 2026 — três dias para voltar ao essencial: o humano
- **Quando e onde**: datas de 2026 ainda não divulgadas, mas mantendo o padrão de três dias em Gramado (RS).
- **Para quem**: founders de todos os estágios, com foco em quem quer refinar modelo de negócio, se conectar com aceleradoras, hubs e VCs nacionais e ouvir histórias reais de quem já quebrou, pivotou e recomeçou.
O manifesto do evento é direto: “O futuro começa quando voltamos a enxergar o essencial: o humano”. Enquanto o mundo corre para acelerar o digital, a Gramado Summit se estrutura como ponto de inflexão: três dias em que Gramado vira espaço de encontro para gente que acredita que inovação só tem valor quando devolve sentido às pessoas.
Um evento desenhado para reduzir ruído e aumentar clareza
A organização não se vende pela quantidade de palcos ou de gente, e sim pela qualidade das conversas. O clima é de grande encontro do ecossistema brasileiro:
- empreendedores compartilham viradas de rota que não aparecem em release;
- investidores deixam claro o que enxergam de risco e incoerência em muitos decks;
- empresas repensam estratégia ouvindo quem opera na ponta.
Não é raro ver founder ajustando tese de produto ou timing de rodada depois de duas ou três conversas francas ali mesmo, no café do centro de convenções.
Um empreendedor de edtech do interior do Paraná contou, após a edição 2024, que voltou da Serra com o pitch cortado pela metade e uma decisão dura tomada: adiar a rodada em seis meses para bater metas mínimas de retenção. “Dois VCs diferentes falaram a mesma coisa em Gramado. Dói ouvir, mas ainda doía mais gastar tempo rodando por São Paulo com um projeto verde demais”, resumiu.
Como participar e se destacar sem ser patrocinador
Não é preciso ter logo no telão para extrair valor:
- ingresso de visitante dá acesso aos palcos e à feira, onde aceleradoras, hubs e fundos montam base;
- há pacotes de exposição para startups que querem stand e mais visibilidade;
- aceleradoras e parceiros costumam organizar sessões de pitch específicas.
O pulo do gato é agir como se estivesse em uma “cidade temporária de negócios”:
- montar uma agenda de encontros 1:1 nos cafés, corredores e espaços comuns;
- levar material simples e direto: one-pager impresso, deck reduzido, métricas principais no celular;
- usar as falas dos palcos como gatilho de conversa: “vi sua fala sobre churn de B2B, posso te mostrar meu caso?”
Gramado premia quem chega preparado para conversas longas, não quem sobe em todo palco disponível.
Datas distribuídas: Sebrae e eventos setoriais que impulsionam early-stage
Além dos grandes summits, 2026 terá uma base ampla de eventos organizados ou apoiados pelo Sebrae, funcionando como “infraestrutura nacional” para quem está começando ou validando negócios. É onde muita gente dá o primeiro pitch da vida.
Startup Day 2026 — o “dia D” das startups em todo o Brasil
- **Quando e onde**: data prevista em março de 2026, seguindo o padrão de 2025, com edição simultânea nas 27 unidades da federação e em centenas de municípios.
- **Para quem**: startups em ideação e early-stage, futuros founders, pequenos negócios que buscam modelo de startup.
- **Formato**: um dia de atividades com palestras, workshops, mentorias e conexões locais com aceleradoras, hubs e investidores-anjos.
Segundo o Sebrae, em 2025 o Startup Day reuniu mais de 44 mil inscritos e mais de 30 mil participantes em 253 municípios, com presença em todos os estados. O NPS de 75 mostra que, mesmo com toda a diversidade de maturidade pelo país, o modelo funciona.
Por que o Startup Day importa tanto para quem está começando
A força do evento está em dois pontos:
- capilaridade — há programação de Manaus a cidades pequenas do interior, algo raro em inovação;
- função de porta de entrada para o universo Sebrae Startups, pré-acelerações e redes locais de mentores.
Quem está em ideação ou com MVP muito inicial encontra ali espaço para testar discurso, validar dor e conhecer pessoas que já estão um ou dois passos à frente na jornada.
Como aproveitar o Startup Day se sua startup ainda é um rascunho
A melhor abordagem é ir com perguntas concretas, não com um “sonho” genérico:
- levar hipóteses claras de problema e solução para discutir nas mentorias;
- priorizar sessões 1:1 com mentores e mesas com investidores-anjos locais;
- participar de workshops de modelo de negócio, validação e pitch.
Definir um objetivo mensurável ajuda: sair do dia com, por exemplo, três mentores potenciais e dois parceiros técnicos. Ou com a decisão honesta de que a ideia precisa mudar — o que também economiza meses de teimosia.
Feira do Empreendedor Sebrae 2026 — vitrine para quem quer vender, não só captar
- **Quando e onde**: 19 a 22 de outubro de 2026, em São Paulo (SP).
- **Para quem**: micro e pequenos empresários, além de startups B2B e B2C que já vendem e querem escalar canais e mercados.
- **Formato**: grande feira de negócios com estandes, trilhas de conteúdo, jogos interativos, consultorias rápidas e rodadas de negócios promovidas pelo Sebrae.
É um dos maiores eventos de empreendedorismo do país, com fluxo alto de visitantes e programação intensa ao longo do dia.
Como uma startup pode usar a Feira do Empreendedor para ganhar clientes
Para quem já tem produto rodando, a feira vira laboratório de vendas:
- participação em rodadas de negócio com grandes empresas, distribuidores e redes varejistas, quando abertas;
- teste em massa da proposta de valor, ouvindo objeções de centenas de empreendedores em poucos dias;
- acesso a consultores do Sebrae para ajustes práticos: precificação, canais, operação, processos.
Aqui, o objetivo central é vender e fechar parcerias comerciais. Captação de investimento pode até aparecer como efeito colateral, mas não é o motor do evento.
Porta de entrada: gratuita, mas exige estratégia
Um detalhe enganoso: a entrada costuma ser gratuita. Isso aumenta o fluxo de gente, mas também o ruído.
Para founders, o desafio é:
- definir persona-alvo com antecedência (por exemplo, varejistas de moda feminina, donos de pequenos mercados, clínicas);
- preparar pitch voltado à dor dessas MPEs, diferente do discurso para VC;
- organizar captura de leads — QR code, formulários rápidos, landing page, o que for mais simples e consistente.
Quem sai da feira com pilha de cartões e sem registro organizado de conversas costuma perder metade das oportunidades em poucos dias.
Como montar sua agenda 2026 sem estourar o caixa da startup
Escolher evento virou quase uma habilidade de gestão financeira. Arcar com passagem, hospedagem, ingressos e equipe em campo para “ver o que dá” não cabe mais em um cenário de capital mais seletivo.
Um roteiro possível por estágio e objetivo
Não existe combinação perfeita, mas alguns arranjos fazem sentido.
#### Early-stage (ideação a pré-MVP)
- Startup Day (entrada no ecossistema local).
- Feira do Empreendedor (olhar para cliente real e dores concretas).
- Gramado Summit (conteúdo e rede com founders mais maduros).
#### Tração (MVP validado, primeiras vendas)
- Gramado Summit (refinar modelo e narrativa).
- Web Summit Rio (visibilidade e teste de tese global).
- South Summit Brazil (fundraising e conexão com fundos e corporates).
#### Scale-up
- South Summit Brazil (rodadas maiores, internacionalização).
- Web Summit Rio (expansão geográfica, parcerias globais).
- Smart City Expo Curitiba ou BioTECH Fair (quando houver aderência setorial).
Um calendário enxuto com três grandes eventos no ano já é suficiente para encher a agenda — e o funil — se bem usado.
Quadro-resumo mental:
**Março** — Porto Alegre (South Summit + BioTECH) e Curitiba (Smart City).
**Abril–junho** — Rio (Web Summit Rio) e Gramado (Gramado Summit).
**Março/outubro** — Brasil inteiro com Startup Day e São Paulo com Feira do Empreendedor.
Três erros clássicos que fazem founders desperdiçarem eventos
#### Erro 1 — Ir sem agenda de reuniões pré-marcadas
Chegar a um summit internacional sem pelo menos 10 a 15 encontros alinhados é assumir que a sorte vai fazer o papel do CRM.
#### Erro 2 — Levar o mesmo pitch para todos os públicos
Fundo, corporate, governo e cliente final escutam com filtros diferentes. Repetir o mesmo deck para todos é sinal de preguiça estratégica.
#### Erro 3 — Não fazer follow-up em até 48 horas
Conversas de corredor evaporam rápido. Sem mensagem objetiva, proposta concreta ou agendamento de próxima call, o “vamos falando” morre na caixa de entrada.
Checklist rápido antes de confirmar sua inscrição
Três perguntas diretas costumam separar gasto de investimento:
- Este evento está alinhado ao meu objetivo principal em 2026 (captar, vender, contratar, aprender)?
- Sei exatamente quem quero encontrar — nomes de fundos, empresas, cidades, parceiros específicos?
- Tenho critério claro de sucesso para a viagem (número mínimo de reuniões, leads qualificados, conversas com fundos)?
Se duas dessas respostas forem “não”, talvez seja melhor ficar no escritório naquela semana — ou redirecionar esse dinheiro para produto, equipe ou marketing.
Fontes
15 melhores eventos de inovação do Brasil em 2025 e 2026
South Summit Brazil 2026 é lançado apostando na ...
13 principais eventos de tecnologia em 2025 e 2026 - Nuvemshop
Gramado Summit 2026 | Make It Human
Eventos de Tecnologia 2026: o que esperar do calendário no Brasil