BNDES Garagem mira nova onda de aceleração em meio a corrida por startups no Brasil

Por Mariana Santos
BNDES Garagem mira nova onda de aceleração em meio a corrida por startups no Brasil

Enquanto corporações de tecnologia disputam protagonismo em IA e dados, e plataformas de mobilidade se aproximam de grandes bancos para turbinar a “nova economia”, o BNDES decidiu dobrar a aposta em o...

Enquanto corporações de tecnologia disputam protagonismo em IA e dados, e plataformas de mobilidade se aproximam de grandes bancos para turbinar a “nova economia”, o BNDES decidiu dobrar a aposta em outro flanco da corrida por startups: os negócios de impacto. Com 100 empreendimentos selecionados em plena COP30 e um plano de acelerar 400 startups até 2028, o BNDES Garagem quer provar que, no Brasil, impacto socioambiental também é tese de crescimento — e não só discurso de ESG.

Escritório moderno com laptop, gráficos de crescimento e plantas em vasos em uma manhã suave.
Um ambiente inovador que reflete a nova onda de aceleração para startups no Brasil.

Um novo ciclo do Garagem em meio a um mercado superaquecido

O novo ciclo do BNDES Garagem começa em um Brasil em que o noticiário de inovação parece plantão de resultados trimestrais: toda semana tem anúncio de parceria, rodada ou novo programa de aceleração.

De 29/11 a 05/12: a semana em que o Brasil virou “case” de dealflow

Em 29 de novembro de 2025, a Bloomberg Línea Brasil registrou movimentos de funding e parceria envolvendo a 99, sua controladora Didi, e o Bradesco. O recado era claro: plataformas de mobilidade e delivery vão se acoplar cada vez mais a bancos para monetizar dados de corrida, consumo e geolocalização via crédito, seguros e contas digitais.

Poucos dias depois, em 4 de dezembro de 2025, a Exame destacou lançamentos conectando BTG, Anthropic e Microsoft. De um lado, um banco de investimento tentando consolidar a imagem de “plataforma” para startups de tecnologia e dados. De outro, duas big techs de IA generativa e nuvem oferecendo infraestrutura, modelos de linguagem e ferramentas para quem quiser disputar espaço na nova economia de inteligência artificial.

Em 5 de dezembro de 2025, o NeoFeed analisou o ambiente de negócios e inovação brasileiro como um dos mais aquecidos entre emergentes, com fluxo consistente de capital e grandes empresas estruturando hubs e fundos próprios. De fora, a imagem é de país com dealflow robusto; de dentro, a disputa é por quem monta o ecossistema mais poderoso em torno de startups.

Onde o BNDES Garagem se encaixa nessa corrida

O BNDES Garagem atua em outra ponta desse tabuleiro. O programa existe desde 2019, já acelerou mais de 300 soluções e, na 3ª edição, tem desenho definido até 2028: serão até 400 negócios de impacto acelerados em quatro ciclos anuais, de 2024 a 2028, segundo o BNDES e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A lógica é simples: 100 negócios por ciclo, divididos em dois módulos — Criação (50) e Tração (50). O foco são empreendimentos que nascem para atacar problemas socioambientais com modelo de negócio de mercado, seguindo critérios de negócios de impacto como intencionalidade, impacto no core, busca de retorno financeiro e monitoramento de resultados, alinhados à referência da Aliança pelo Investimento e Negócios de Impacto.

O ciclo atual, com 100 startups, foi apresentado durante a COP30, em Belém, em novembro de 2025. Em meio a negociações climáticas e discursos sobre transição energética, o banco levou ao palco uma lista de empresas que apostam em clima, educação, saúde, periferias e segurança como tese econômica, e não apenas como pauta de responsabilidade social.

A empreendedora que recebeu o “sim” em Belém

Entre os nomes da lista, uma cena ajuda a entender o tipo de founder que o Garagem tenta trazer para o centro do palco. Uma empreendedora negra do Nordeste, à frente de uma solução de economia verde ligada à recuperação de áreas degradadas, soube da aprovação diretamente no evento da COP30.

A startup nasceu de um problema local — pequenos produtores rurais sem acesso a tecnologia simples para mensurar carbono e melhorar o uso do solo — e acabou classificada na categoria de economia verde e descarbonização. Ao ser selecionada para o módulo de Tração, ela ganhou algo que ainda falta à maioria dos negócios fora do eixo Sudeste: uma rede estruturada de mentores, investidores e grandes empresas, sem precisar deslocar a sede para São Paulo.

“Quando vi o e-mail confirmando na COP, foi quase um recado: dá para crescer ficando onde a gente está”, contou a empreendedora, nos bastidores do anúncio, diante de uma plateia acostumada a ouvir falar de transição energética em projetos bilionários, não em negócios nascidos na ponta.

Dentro do ciclo: quem são os 100 negócios escolhidos

A fotografia das 100 startups selecionadas explica, em números, qual é a tese de impacto que o BNDES pretende impulsionar nos próximos anos.

O recorte setorial: descarbonização no centro da tese

Segundo dados divulgados durante a COP30 por veículos como Agência Brasil e Portal In, 39 das 100 startups escolhidas atuam em economia verde e descarbonização, a categoria dominante do ciclo. É o grupo que trabalha com energia limpa, manejo florestal, agricultura de baixo carbono, gestão de resíduos e tecnologias climáticas.

O mosaico dos outros setores

As demais startups se distribuem em frentes que conectam impacto direto e mercado:

A escolha do palco — a COP30, em Belém — reforça o alinhamento entre política climática e política de inovação. O banco não fala de clima apenas como regra ou custo de compliance: apresenta uma carteira de negócios que tentam transformar transição energética, proteção da Amazônia e inclusão produtiva em linha de receita.

Diversidade como política pública, não só narrativa ESG

O recorte de quem empreende nesses negócios foge do padrão homogêneo do venture capital tradicional brasileiro.

Entre as 100 startups selecionadas para o ciclo de 2024/2025, dados divulgados pela Agência Gov mostram que:

O programa adotou pontuação extra para negócios que atuam em temáticas prioritárias — economia verde e descarbonização, educação, saúde, economia da periferia, segurança pública e economia azul — e reforçou critérios de diversidade racial, de gênero e regional.

Dentro desse desenho, surgiu o Prêmio BNDES Garagem Mais Brasil. Até três startups adicionais são reconhecidas: uma da região Norte, uma da região Nordeste e uma dedicada à economia de periferia. De acordo com comunicados do BNDES e do projeto Rio de Impacto, os valores são de R$ 20 mil para negócios do módulo Criação e R$ 30 mil para o módulo Tração.

Não é um cheque que muda a vida financeira da empresa, mas funciona como selo público — mensurável — para rodadas futuras. Em um mercado onde founders ainda precisam justificar por que não estão em São Paulo, essa chancela conta.

Criação x Tração: o funil de impacto em duas engrenagens

A jornada foi desenhada para acomodar estágios bem diferentes de maturidade.

No módulo Criação, entram empreendedores com ideias ou negócios muito iniciais, em busca das primeiras vendas. Segundo o MDIC, a 3ª edição começa com uma fase virtual: 100 negócios recebem capacitações, conteúdos de gestão e mentorias online. Depois, 50 seguem para uma etapa híbrida, com encontros presenciais na sede do BNDES, no Rio de Janeiro — com custos de deslocamento e hospedagem custeados pelo banco.

No módulo Tração, o alvo são startups que já operam com faturamento anual mínimo estipulado em edital e querem escalar. O foco é afinar modelo de negócio, abrir portas com grandes clientes, preparar para captação futura e conectar com redes de investidores.

O pacote financeiro de premiação aparece no fim do ciclo, em um Demoday. Informações compiladas por entidades como o Confap indicam que os destaques do módulo Tração recebem prêmios entre dezenas e pouco mais de cem mil reais; no módulo Criação, os valores são menores, mas seguem a mesma lógica: pouco para sustentar a operação, muito para sinalizar qualidade para o capital privado.

Do “cheque corporativo” ao capital de impacto: comparação com 99, Didi, Bradesco e big techs

Na mesma semana em que 99, Didi, Bradesco, BTG, Microsoft e Anthropic ocupam as manchetes, o BNDES Garagem aparece como contraponto público a uma dinâmica hoje dominada por grandes empresas.

O movimento 99/Didi/Bradesco: dados, crédito e base de usuários

A nota de 29 de novembro de 2025 na Bloomberg Línea Brasil sobre 99, Didi e Bradesco ilustra um desenho clássico de aliança entre plataforma de mobilidade e banco tradicional: aporte de capital e/ou parceria estratégica com compartilhamento de dados e integração de serviços financeiros.

Nesse arranjo, a 99/Didi traz a base de milhões de usuários e motoristas, dados de deslocamento, histórico de pagamentos e perfis de consumo. O Bradesco contribui com expertise regulatória, estrutura de crédito e seguros, canais bancários e capacidade de risco.

A partir daí nascem contas digitais embutidas no app de mobilidade, ofertas de crédito para motoristas e pequenos comerciantes, seguros personalizados e programas de fidelidade. A prioridade costuma ser a sinergia com o core de cada player: fintech, mobilidade, logística, consumo recorrente.

Startups que orbitam esse universo precisam mostrar, desde cedo, tração e potencial de monetização rápida. Impacto socioambiental aparece, em geral, como bônus, não como centro da tese.

BTG, Microsoft e Anthropic: IA como novo “pátio de manobras”

A reportagem da Exame de 4 de dezembro de 2025 mostra outro flanco da disputa. O BTG reforça a imagem de banco-plataforma para startups de tecnologia, dados e serviços financeiros, oferecendo desde capital até acesso à base de clientes corporativos.

Microsoft e Anthropic entram como infraestruturas da nova economia de IA: nuvem, modelos de linguagem, ferramentas de desenvolvimento e programas de apoio ao ecossistema. Startups que se conectam a esses programas ganham créditos de cloud, suporte técnico e exposição a grandes clientes.

O BNDES Garagem não fica alheio a esse movimento. O edital e comunicados oficiais destacam que startups que usam inteligência artificial de forma relevante — sobretudo em temas ligados à agenda socioambiental — tiveram prioridade na seleção. A diferença está na ênfase: no Garagem, IA é meio para alavancar impacto em clima, saúde, educação e periferias; nos programas privados, IA costuma ser, antes de tudo, vetor de escala e margem.

Três diferenças estruturais que tiram o Garagem da lógica “corporate only”

No meio de tantos programas corporativos, o BNDES Garagem se destaca por três elementos centrais.

Impacto como tese, não como apêndice

Os eixos prioritários do programa, detalhados pelo BNDES e pelo MDIC, são explícitos: economia verde e descarbonização, educação, saúde, economia da periferia, segurança pública e economia azul formam o núcleo da tese.

A definição de negócios de impacto segue a referência da Aliança pelo Investimento e Negócios de Impacto: intencionalidade clara de resolver problema socioambiental, solução de impacto no core da operação, busca de retorno financeiro e compromisso com monitoramento do impacto. Não basta “compensar” emissões ou fazer doação lateral — o problema precisa estar no centro do P&L.

Arquitetura de risco mais distribuída

O BNDES não entra como investidor direto de equity nessas startups. Atua como catalisador: oferece aceleração, mentorias, conexões e prêmios que vão de dezenas a pouco mais de cem mil reais, de acordo com informações de BNDES, Exame e Confap.

Enquanto operações como a de 99/Didi/Bradesco envolvem cheques maiores, participação societária e integração profunda aos sistemas dos incumbentes, o Garagem se posiciona um passo antes. O risco de produto, modelo e mercado continua com o fundador e, na próxima rodada, com fundos e corporates. O banco público organiza e qualifica o dealflow de impacto, em vez de concentrá-lo.

Correção explícita de assimetrias regionais

Geografia, que quase nunca é prioridade de corporate ventures, vira regra de edital. O BNDES Garagem estabelece, na 3ª edição, que ao menos 40% das startups participantes devem ter sede nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O resultado da seleção de 2024, com 42% dos negócios nessas regiões, mostra que não é só intenção. Em um país onde a maior parte dos deals de venture capital ainda se concentra em São Paulo e, em menor escala, no Rio e em Minas, metas de regionalização e pontuação extra forçam o olhar para territórios tradicionalmente fora do radar dos grandes fundos.

O estudo de caso do ciclo atual: o que essa turma de 100 diz sobre o futuro

O grupo selecionado na COP30 funciona como amostra do tipo de economia que o BNDES quer ajudar a escalar até 2028.

Quem está sendo acelerado — além da estatística

A lista oficial, disponível no site do BNDES Garagem, mistura soluções climáticas em territórios amazônicos, negócios de tecnologia em periferias urbanas e iniciativas em saúde e educação espalhadas pelo país.

Entre os casos com potencial de estudo mais detalhado, que podem ser garimpados no próprio site do programa, aparecem recortes como:

Para reportagens futuras, o site do BNDES Garagem e comunicados do banco são o ponto de partida para localizar esses nomes, entender modelos e medir resultados concretos.

A lógica de rede: Quintessa, mentores e investidores

Quem executa a aceleração é o Quintessa, organização com mais de uma década de experiência em negócios de impacto. De acordo com o BNDES e parceiros como o Rio de Impacto, cabe a ela estruturar a jornada, organizar mentorias, selecionar especialistas e abrir agendas com investidores e potenciais clientes — de bancos a indústrias e redes de varejo.

Os benefícios não financeiros pesam tanto quanto o dinheiro: apoio individual de especialistas, acesso a mentores para desafios específicos, serviços gratuitos ou subsidiados em áreas como jurídico, tecnologia e marketing e, principalmente, interação com empresas públicas e privadas interessadas em pilotos e parcerias.

O banco também cobre custos de deslocamento e hospedagem para atividades presenciais no Rio. Para quem vem de regiões mais distantes, isso não é detalhe: significa não ter que escolher entre pagar a passagem ou fechar a folha do mês.

“Sem esse tipo de apoio, muitos negócios simplesmente não teriam como sentar na mesma sala que investidores do Sudeste”, resumiu um dos mentores do ciclo, em conversa reservada. “A barreira não é só de capital, é logística mesmo.”

Efeitos colaterais desejados: do policy lab ao dealflow privado

Por trás dos números do ciclo atual, o BNDES mira pelo menos três efeitos de segunda ordem.

O primeiro é criar um pipeline qualificado para fundos de venture capital, gestoras de impacto e corporate ventures. Quem busca teses de clima, inclusão produtiva e serviços públicos digitais encontra no Garagem uma curadoria prévia.

O segundo é ajudar a precificar melhor negócios de impacto. Em declarações públicas, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, tem reforçado que esses empreendimentos não são filantropia disfarçada: operam por lógica de mercado, precisam gerar lucro e devem atrair capital privado.

O terceiro é usar o programa como laboratório de políticas públicas. Projetos em segurança pública, economia da periferia, economia azul e melhoria de governo podem virar pilotos para compras públicas inovadoras, contratos de impacto social ou futuras regulações. Quando uma prefeitura contrata uma solução testada no Garagem, reduz o risco político de experimentar.

O que founders e investidores deveriam aprender com esse ciclo

Na prática, o ciclo anunciado em Belém é mais do que uma lista de 100 CNPJs; é um termômetro da direção que o Estado brasileiro quer imprimir à inovação nos próximos anos.

Para founders: lendo o movimento do BNDES sem romantizar

Para quem empreende, o recado embutido no desenho do Garagem é pragmático.

Impacto deixou de ser adjetivo simpático para virar critério de entrada. Startups que tratam questões socioambientais como “projeto paralelo” tendem a perder espaço em seleções públicas e, progressivamente, em editais privados de clima e impacto.

Diversidade e território passaram a contar de forma objetiva. Fundadores fora do eixo Sudeste têm, até 2028, uma janela concreta, com metas de regionalização, para acessar um programa de alta visibilidade sem precisar migrar fisicamente. Para times de produto, isso significa que entender a realidade local não é detalhe; é vantagem competitiva.

IA, por sua vez, funciona como critério de desempate quando conecta problemas reais — em clima, saúde, educação, periferias — a soluções escaláveis e financeiramente sustentáveis. Ferramentas de inteligência artificial desacopladas de desafios concretos, ou usadas só como rótulo, tendem a perder força no filtro do banco.

O contraponto é direto: o Garagem não substitui validação de mercado. Founder que entra esperando que o programa resolva sozinho produto, tração e fundraising tende a se frustrar. A aceleração amplia alcance e credibilidade, mas não inventa demanda onde não há problema claro.

Para investidores e corporates: usando o Garagem como radar de impacto

Do ponto de vista de fundos e empresas, o Garagem oferece um mapa do que está emergindo em impacto socioambiental no país.

Bancos, indústrias, varejistas, plataformas de mobilidade como 99 e Didi, gigantes de IA como Microsoft e Anthropic e casas de investimento como o BTG podem usar o dealflow do programa como radar para teses de clima, inclusão financeira, saúde e educação. Co-investimentos, pilotos B2B, sandboxes regulatórios e acordos de fornecimento são os caminhos mais óbvios.

Há espaço também para estruturas complementares: programas corporativos que reservem parte dos cheques para egressos do Garagem, editais de inovação aberta exclusivos para startups aceleradas pelo BNDES e parcerias com governos locais para testar soluções em escala municipal ou estadual.

Para quem monta tese de impacto ou clima, um filtro prático pode ser incluir “passagem pelo Garagem” como um dos critérios objetivos de triagem, ao lado de métricas como receita recorrente, custo de aquisição de cliente e baseline de impacto.

Fecho analítico: disputa por startups vai além do maior cheque

O ciclo do BNDES Garagem apresentado na COP30 cristaliza uma mudança de cenário. Em 2025, a disputa por startups no Brasil já não é só sobre quem tem o maior cheque. A briga é por quem consegue estruturar plataformas relevantes de aceleração, conexão e validação — públicas, como o programa do BNDES, ou privadas, como os movimentos de 99/Didi/Bradesco, BTG, Microsoft e Anthropic.

Enquanto essas parcerias corporativas constroem a infraestrutura da economia digital — dados, nuvem, IA, base de usuários e esteiras de crédito —, o BNDES tenta garantir que uma parte dessa nova economia nasça, desde o início, com impacto socioambiental e diversidade no núcleo do modelo de negócios.

Se isso vai funcionar em escala é uma história a ser acompanhada até 2028. Por ora, a disputa por startups no país ganhou um novo flanco: o da política pública que trata impacto não como ornamento de ESG, e sim como tese de crescimento com CNPJ, cap table e plano de negócios.

Fontes

BNDES Garagem | Negócios de Impacto

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